Sobre histórias de amor que não são minhas...

Acho que ao som de The Scientist é melhor...

  Eu gosto de histórias de amor. Não sei escrever histórias de amor, mas gosto.

Acho que me perdi entre 1944 e 1994...pois claramente, eu sou velha ( assim dizem ) e não combino muito bem com o que tá acontecendo atualmente...

Mas sigo gostando de histórias de amor. Aquelas cliché tipo Sabrina, Sintonia do Amor, Mensagem pra Você e claaaaro das não tão clichés assim como Orgulho e Preconceito, ( que admito dizer ter assistido o filme  diversas vezes, li o livro em inglês arcáico - 4 vezes por ano ou mais -  e baixei música tema.. hum ok, parei), 500 Dias Com Ela , Cinco Anos de Noivado ..e tantas outras.. dezenas do John Hugues até...que montou a sessão da tarde... =p

Tem gente que diz que me perco no meio da história que escrevo rs (lê-se Renata!!! rs)

Pode ser verdade ( e provavelmente é )... mas é que sigo a linha visual, sabe? E esqueço que nem tudo que tá na minha cabeça tá do lado de fora também :)

Essa história eu escrevi pra nós. Sobre a Olívia.

A Olívia não existe.
Mas poderia existir e facilmente se chamar Taly, Juliana, Luana, Ana e muitos outros nomes, pois conta  o que existiu ou foi desejado por nós..

Você pode até não ter desejado... não assim, mas pensou numa história ( torta ou não)....


"Olívia estava um tanto cansada naquela manhã. Havia passado a noite discutindo mentalmente e tentando arrumar desculpas.Tentando colocar na balança todos os prós e contras que haviam influenciado na decisão do fim. Reafirmava que era uma decisão sensata, que era a melhor opção, mas não conseguia se convencer.
Não tinha forças pra levantar da cama, mas sabia que se não o fizesse, de nada iria adiantar. Ninguém iria correndo bater em sua porta perguntando se estava bem. A vida não era um filme e ela estava ciente disso.
Ela tinha que levantar, pausar qualquer drama que estava ocorrendo e ir trabalhar.
Sim. Trabalhar. Entrar naquele prédio cinza e frio e encarar pessoas nada discretas por infinitas horas antes de finalmente voltar pra casa, cair na cama e virar a versão moderna de Miss Havisham.
Se olhou no espelho antes de sair de casa e gemeu. Escondeu os olhos inchados atrás de um óculos.
- Definitivamente não é assim que eu quero que ele lembre de mim. 
Pensou ao se afastar do espelho.

“Talvez seja melhor assim. Talvez tudo tenha a medida de tempo perfeita pra dar certo. Ele iria embora de qualquer jeito. Apenas adiantei o inevitável. Talvez tentar estender as coisas seja nosso erro” Repetia quase como um mantra tentando acreditar no que dizia.

Sabia que sentiria falta dele falando com a tv e não estava pronta pra isso.
Ele espalhar jornais por toda a casa era o menor dos seus defeitos. Também não era sua cantoria no chuveiro. Ele não falava mal da mãe dela e nem tão exageradamente bem a ponto de soar chato. Ele ficava adoravelmente emburrado em final de jogo e não reclamava de ajudar a montar qualquer móvel que ela comprasse, mesmo quando ela esquecia de tirar as medidas da parede.
Ele não era previsível e mesmo assim cabia perfeitamente na vida dela. Ela podia contar com ele.

As horas passavam e ela não conseguia se focar no trabalho. 

Olívia sabia que o afastara. Que por diversas vezes desejou não tê-lo conhecido e se tornado dependente dele. Sabia ter se envolvido de tal forma que sofreria com a sua partida como nunca.

Não quis admitir que ele estava certo. Não quis dizer que tinha medo. Que tinha medo dele. Que tinha medo da ausência dele. De precisar dele. De se colocar vulnerável e ainda resistir aos arranhões que viriam com o tempo.


Sentiu a dor da ausência dele e se arrependeu de cada palavra dita em momentos de raiva.
Após passar o dia atormentada, saiu a caminho de casa. Chorou no elevador e se arrumou no espelho antes de chegar ao térreo.

Entrou em um taxi e pensou em ligar pra ele, mas se conteve. 

Murmurou qualquer coisa ao motorista.

Ela queria os beijos de bom dia, os filmes no sofá e os almoços de fim de domingo de volta. Queria as viagens com playlist misturada, beijos na nuca, Pizza de quarta-feira a noite e brigar pelo cobertor.

Queria discutir pelo controle, implorar que ele admitisse estar perdido e recostar a cabeça no ombro cheio de sardas dele. Aquele era seu lugar favorito. Exatamente ali. Mesmo em meio a raiva.

Era um risco a correr. Não haviam garantias. Ambos poderiam sair machucados. Podiam acabar se odiando ou se perdendo no caminho. Isso também não importava. As brigas não importavam.

Ela não estava pronta pra chegada dele, mas também não estava pronta para a partida.

Não sabia dizer a quanto tempo estava chorando, assim como não percebeu em que ponto do caminho pediu ao motorista pra mudar o trajeto, mas quando ele parou em frente ao prédio, imediatamente lembrou dos beijos naquela escada e da porta batendo em meio a discussões. E foram muitas.

Correu em direção a porta e entrou rapidamente. Subiu dois andares de escada pois não conseguia esperar o elevador pelo que parecia uma eternidade. Parou em frente ao 202. Ela conhecia bem aquela porta. Não conseguia mover um milímetro. Não queria uma eternidade entre os dois. Não queria ELA mesmo entre os dois!

Parou em frente à porta sem saber o que dizer. Queria pedir desculpas. Dizer que não queria que ele fosse embora. Que era apaixonada por ele, do jeito torto dela, mas que era real.

Não conseguia parar de chorar, mas não se preocupou em consertar a maquiagem.

Bateu na porta uma única vez e ele abriu. Olhou pra ela, que tinha os olhos vermelhos e esperou.

-João. Fica. Por favor – Disse, fazendo eco pelo corredor.

Ele a olhou, puxou pra perto e lhe deu um beijo.

- Pensei que nunca fosse pedir – Disse sorrindo, enquanto fechava a porta e a deixava entrar de uma vez por todas. - Estive esperando por você."


O que tem na sua história de amor??

Beeeijos

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas