E agora?
Bom...
Faz quase dois meses que meu mundo virou de cabeça pra baixo.
Dia 25 de julho minha filha faleceu.
Minha filha. Não a filha do vizinho ou de algum conhecido.
Mas, a minha. A minha bonequinha de cabelo cacheadinho.
Tudo o que mais desejei na minha vida se foi.
E talvez agora eu consiga falar um pouco.
Agora que meu coração meio quebrado, meio torturado já se encontra um pouco anestesiado.
O que fazer agora? O que fazer com uma vida que girava em torno de outro alguém?
Saudade de vê-la e velar o sono dela. Ou até daquele cheirinho de shampoo de cachinhos.
O que fazer quando a saudade é tão grande que dói? Quando você sabe que não importa o que você faça, nada a trará de volta?
O que fazer ao abrir o quartinho dela e ver que tudo que fazia parte dela, desbota...parece sem cor, sem ela. E saber que ela era tão feliz. Sempre sorrindo.
Como viver? Como continuar? Sem um pedaço de você...
O que fazer com todo o amor que ficou?
Nunca deixarei de ser mãe. De ser a mamãe dela. Nem de amá-la.
Sei que devo continuar minha vida. Aos poucos. Um dia de cada vez.
O que consola, talvez seja até estranho, é saber, com certeza, que um dia vamos nos encontrar novamente. Senão, pra quê viver?
Mamãe te ama tanto minha filha. Tanto tanto.
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